GAPE completa 10 anos de atividades e coleciona histórias

Guardas civis realizam o projeto com alunos da rede municipal

3/4/2017

Beatriz Góis Carvalho Meneses tinha apenas 9 anos quando participou de um curso que hoje, aos 18 e cursando faculdade de Engenharia Elétrica, afirma ter feito toda a diferença em sua vida. Ela está entre os mais de mil alunos da rede municipal que anualmente passam pelo curso ‘Ensinando a Viver”, ministrado pelo Grupo de Apoio À Cidadania e Prevenção à Violência nas Escolas (GAPE), da Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande, e que esse ano completa dez anos de atividades. A história de Bia é um exemplo de que um trabalho feito com dedicação pode render bons frutos.

Voltado aos alunos de 5º ano do Ensino Fundamental, o projeto tem como objetivo trabalhar a reestruturação familiar, buscando diminuir índices de violência e criminalidade, estimulando a autoestima, a valorização dos vínculos afetivos, a prevenção a qualquer forma de violência, vandalismo e combate às drogas, além de inserir conceitos éticos.

E foi o que aconteceu com Bia. Ela conta que, à época, passava por problemas familiares e que seu destino poderia ter sido bem diferente se não fossem os ensinamentos do GAPE. “Tudo o que era dito me fazia acreditar que eu poderia ter um futuro melhor. O curso acabou, mas eu continuei lembrando daqueles ensinamentos. Lembro até hoje, na verdade”.

A jovem terminou os estudos e hoje trabalha em uma escola particular onde faz curso preparatório para ingressar na Aeronáutica. “Tenho muito a agradecer ao GAPE por estar onde estou, e em especial ao Veronez, que me aconselhava e orientava”.

Eli de Moura Veronez, Allan Rodrigues e Roberto Silva são os responsáveis pelas aulas, que acontecem atualmente em dez escolas da rede municipal. Mas antes de serem guardas civis, são pais, condição que os inspira em sala de aula. “Queremos ajudar na formação dessas crianças, fazer nossa parte, deixar nossa marca para quando forem adultos, serem cidadãos de bem”, resume Roberto.

Outro desafio da equipe, de acordo com Allan, é conquistar a atenção das crianças em tempos de tecnologias tão disponíveis, como videogames, celular e computador. “Temos que estar sempre atentos ao que está acontecendo no mundo dessas crianças e nos adaptar. Vale fazer mímica, sonoplastia e trazer assuntos atuais que despertem o interesse deles”.

Veronez conta que histórias como as de Bia são comuns na rotina do GAPE. “O principal problema é a carência familiar, que acaba levando essas crianças a outros problemas sociais. Nosso maior presente seria ver o projeto implantado em todas as escolas da Cidade e tentar atingir ainda mais crianças”.

Até hoje mais de dez mil alunos receberam as orientações do GAPE. As aulas duram cerca de 45 minutos e acontecem uma vez por semana em cada escola. A ideia é que os alunos atuem como multiplicadores do conteúdo que recebem durante os encontros.