A retomada das aulas de forma presencial em 2022 mostrou que, além de recuperar a defasagem pedagógica, seria necessário um novo olhar para as questões socioemocionais. Para atender a essa demanda, a Secretaria de Educação (Seduc) foi em busca de reforços e passou a contar com o serviço de duas psicólogas. Ao longo deste segundo semestre, as profissionais atuaram com objetivo de dar suporte no relacionamento entre escolas, alunos e responsáveis.
Foi com essa finalidade que Adriane Benia e Josiane Pimenta estiveram nesta quarta-feira (9), na EM Vila Tupiry, situada no Bairro Tupi. A dupla conversou com os pais e responsáveis sob a temática “Saúde Socioemocional”, buscando a cada momento mostrar a importância do vínculo familiar. Para passar a informação elas usaram como base as características das diferentes partes do cérebro humano.
As reações emocionais estão diretamente relacionadas com cada uma destas partes. Ao explicá-las, as psicólogas davam exemplo de como os pais e responsáveis devem se comportar com as crianças. “Desde bebê, são os adultos que pensam e condicionam os filhos. Esses comandos devem ocorrer a todo momento durante o desenvolvimento até a fase adulta”, explicou Adriane Benia.
Outro exemplo compartilhado foi o caso de os adultos terem de nomear cada situação que acontece e porque tal atitude deve ser tomada. “Quando decidir que não vai dar um brinquedo novo, fale: ‘não vou comprar esse porque você já tem outros em casa’. Assim ele vai identificar o que está afirmando. Outro ponto, foquem em criar raízes agora para que no futuro possam dar asas para os seus filhos”, destacou a psicóloga.
Zelo – A ação realizada na EM Vila Tupiry serve como exemplo da atuação das psicólogas dentro da rede municipal de ensino de Praia Grande. Quando a escola sente a necessidade de um auxílio para abordar determinado assunto ou a Seduc entende que precisa dar atenção maior a uma unidade, as duas profissionais são deslocadas. Sempre em busca de, por meio do diálogo em grupo, entender o que ocorre e ajudar da melhor forma.
Com esse respaldo, a Secretaria de Educação busca fortalecer os vínculos dentro das famílias para que questões externas à unidade não interfiram no aprendizado dos alunos. “Uma casa estruturada permite que a criança chegue na escola com cabeça aberta para receber todo o conteúdo. O que é ensinado cai em terreno fértil e permite melhor desenvolvimento dos alunos dentro da sala de aula”, enfatizou Adriane Benia.
A cada encontro promovido pelas profissionais, o assunto abordado se adequa à realidade do público-alvo. No caso do bate-papo na EM Vila Tupiry o foco foram os pais e responsáveis. “Mas também tratamos de questões sobre a adolescência, da infância, da saúde mental. Sempre com a finalidade de identificar qualquer sinal de adoecimento para que possamos trabalhar de forma preventiva”, explicou a psicóloga.
Para Adriane Benia, a pandemia causada pelo coronavirus trouxe um novo olhar para as questões socioemocionais. Segundo a psicóloga, as pessoas passaram a entender a importância da saúde mental, cuidando melhor dessas questões. “Eles estão mais receptivos. Querem ter maiores informações sobre e isso foi um ganho na área da psicologia. E é em cima disso que atuamos nas escolas. Em auxiliar neste cuidado”.
Nas escolas municipais, as psicólogas não realizam o atendimento clínico atuando assim com base nas demandas educacionais. Segundo Josiane Pimenta, isso permite que elas atuem de forma conjunta com os alunos e famílias. “Não estamos aqui para dizer o que fazer. Mas para caminhar ao lado, dando o suporte necessário. Sempre com o objetivo de ajudar para que os estudantes se dediquem apenas a aprender dentro das escolas”.
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