Campeã Sul Americana lembra do começo em Praia Grande

Atleta atualmente integra a Seleção Brasileira de Ginástica Artística

16/12/2021

Revelada em Praia Grande, a atleta Camille Giovanini Fonseca acreditou em seus sonhos e hoje realiza seus sonhos e ajuda a Seleção Brasileira de Ginástica Artística, categoria juvenil a conquistar o título sul americano. Treinando em Santo André, Camille deu seus primeiros saltos e rolamentos no ginásio destinado a modalidade, no bairro do Canto do Forte, em Praia Grande: “No dia que completei seis anos, eu e meus avós fomos até o ginásio e fizemos a matrícula. Assim comecei a pratica do esporte”.

Sempre com muita energia e disposição, Camille tentou outros esportes antes de começar na ginástica artística: “Sempre fui muito ativa e meus pais sempre acreditaram que praticar esportes seria um bom caminho. Fiz ballet e natação, mas, nunca demonstrei muito interesse”.

O início na modalidade foi graças a um desejo da avó: “A ginástica sempre foi o sonho da minha família, principalmente da minha avó, Maria Aparecida. Sempre acharam um esporte, bonito e elegante. Lindo de assistir. Nunca foi um sonho meu e sim da minha família. Eu tive a opção de optar pela ginástica ou patinação. Como não havia nenhuma opção de patinação aqui na cidade eu fui para a ginástica que hoje é meu mundo onde eu me encontrei. Sou muito grata a minha família por tem me empurrado para esse meio”.

No início para a atleta, tudo não passava de uma grande brincadeira: “Nas primeiras aulas eu nem sabia o que eu estava fazendo lá. Não havia construído sonhos. Era tudo uma diversão, funcionava como uma brincadeira, passatempo. Com seis anos ainda não tinha maturidade por ser uma criança. Mas me lembro que já possuía disciplina e respeito pelos técnicos que é imprescindível”.

Este senso de responsabilidade e disciplina logo chamaram a atenção dos professores responsáveis pela equipe de competição que viam naquela menina, talento e muito talento apensar da idade: “Com 8 meses de prática eu ingressei na equipe principal e só aí que eu comecei a levar as coisas mais a sério”. Neste momento, os pais, Herman Emanuel e Mônica Giovanini foram decisivos para a mudança de rumo na vida de Camille: “Meus pais conversaram comigo e eu passei a acompanhar mais o esporte pela televisão. Fui assistir Copa do Mundo quando aconteciam aqui em São Paulo eu ia com minha família assistir, tirar fotos com atletas e pedir autógrafo”.

Pouco tempo depois de ingressar na equipe, Camille participou da sua primeira competição e foi inesquecível. Ela se diverte com esse momento: “Com 7 anos participei da minha primeira competição em São Caetano do Sul. Meus pais têm meus vídeos até hoje e sempre que assistimos nos divertimos muito. Quando fui fazer minha série de solo eu esqueci e minha técnica ficava falando bem baixinho para mim no meu ouvido. Deu branco”. Ela explica como deve ser o comportamento de um atleta na hora de competir: “Na apresentação nós tempos que levantar o braço e olhar para a arbitragem quando está começando e encerrando a série. Eu lembro que eu levantava os braços, olhava para a plateia e para meus pais e não para a arbitragem. Errei meu salto, fiz tudo errado” se diverti com as lembranças.

A atleta, agora em novo patamar na sua carreira, não se esquece do início da sua jornada em Praia Grande: “Minhas lembranças da ginástica de Praia Grande são muito boas, nostálgicas onde tudo começou. O início de um sonho onde eu dei meus primeiros passos. Eu tenho um carinho muito grande por esta família que eu tive na ginástica de Praia Grande, tanto a equipe técnica quanto as meninas que treinavam comigo, e os meninos que me incentivaram muito na minha caminhada”.

Camille chegou em um momento da carreira onde ela queria evoluir por um todo em sua carreira e, para isso, era necessário mudar o percurso para atingir suas metas. Apesar de pouco idade, mas, com apoio da família, precisou deixar a cidade: “Eu deixei o Ginásio de Praia Grande em 2017 quando eu tinha 12 anos porque na ginástica nós temos algumas categorias como pré-infantil, infantil, juvenil.

Conforme você vai crescendo você vai subindo de categoria. Naquele momento o ginásio de Praia Grande não tinha estrutura necessária para eu começar a desenvolver melhor as minhas séries, aperfeiçoar a minha ginástica porque depois de um ano (eu tinha 12 anos na época), com 13 anos eu entraria na categoria juvenil e eu precisaria de um local adequado para treinamento. Para que eu conseguisse progredir, evoluir e naquela época, o ginásio não tinha isso. Além do mais, não existia qualquer equipe multidisciplinar, não tínhamos fisioterapeuta, nem um psicólogo, ou uma coreógrafa e essas pessoas são extremamente importantes. Essa equipe multidisciplinar é essencial na ginástica. É impossível você sobreviver dentro deste esporte sem um fisioterapeuta, psicólogo e sem uma coreógrafa. É imprescindível”.

Ela explica como deu início a essa transição que mudou o rumo da sua carreira: “Na época, meu técnico o Mitio era amigo dos técnicos que trabalhavam em São Bernardo do Campo. Ele começou a me levar para São Paulo para que eu pudesse evoluir e realizar os meus sonhos”.

A mudança veio e ela explica como se encontra no atual momento da carreira: “Atualmente eu treino no SESI, em Santo André e os principais títulos que eu conquistei foram campeão estadual categoria pré infantil e infantil, vice na categoria juvenil, bicampeã brasileira por equipes, campeã brasileira infantil no individual geral, campeã brasileira de salto na categoria pré infantil. Na categoria juvenil conquistei a medalha de bronze no solo e na paralela e agora a três dias atrás nós, junto com a minha equipe da Seleção Brasileira, fomos campeãs sul-americana por equipes, na Argentina”.

Feliz com os resultados, Camille se emociona ao lembrar desta recente conquista: “Essa competição na Argentina foi uma realização de um sonho. Era tudo que eu sempre sonhei, tudo que eu imaginava e ainda mais. Foi incrível, espetacular. Me faltam palavras para descrever o que eu vivi. É inexplicável a sensação, a emoção de uma competição como essa. Eu não sei nem o que dizer. Foi a realização de um sonho. Foi maravilhoso”.

Reconhecendo que ainda pode crescer mais na carreira e evoluir, Camille detalha sua próxima meta como atleta: “Minha próxima meta é aperfeiçoar minhas séries, colocar elementos com grau de dificuldades mais elevados e deixar as séries mais seguras e mais próximas da perfeição que eu conseguir para que nos Campeonatos Brasileiros e Seletivas eu consiga apresentar boas provas e consiga me manter dentro da Seleção Brasileira e competir em mais um Sul Americano”.

Para isso, são muitas horas de treinamentos diários: “Treinamos seis vezes por semana de segunda a sexta, cerca de três horas e meia a quatro horas por dia aproximadamente”.

Feliz com o progresso em sua carreira, faz questão de reconhecer e agradecer a sua cidade onde tudo começou e deixa uma mensagem aos professores e atletas de Praia Grande: “Aos técnicos de Praia Grande, minha eterna gratidão por nunca terem desistido de mim, por terem me apoiado e incentivado. Eles foram o começo de tudo, essenciais na minha carreira como atleta. Para as alunas de Praia Grande, pode parecer clichê, mas é a verdade, nunca desistam dos seus sonhos, sempre tenham muita determinação, persistência, garra porque isso é essencial no meio da ginástica. Se você tem um sonho, se dedique, corra atrás do seu sonho porque o resultado vai vir por mais que demore um pouquinho, mas sua hora vai chegar. Tenha paixão e muito amor por aquilo que você faz. Tenha disciplina. Foque que você vai conseguir”.