Toda mulher é, por natureza, corajosa. Mas há aquelas que fazem dessa coragem sua profissão e motivação diária. Em Praia Grande, a Guarda Civil Municipal (GCM), o subgrupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) e a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) são comandados por mulheres, reforçando a máxima de que elas podem estar onde quiserem.
Na semana em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher (8 de março), as responsáveis desses setores fizeram uma reflexão sobre a data e sobre como é estar à frente de equipes formadas majoritariamente por homens.
Historicamente, a atuação de mulheres na área de Segurança Pública é razoavelmente recente, datando dos anos 1955, quando Hilda Macedo tornou-se a primeira comandante do Policiamento Especial Feminino, em São Paulo.
Para a comandante da GCM, Silvia Regina Delgado, primeira mulher a comandar a corporação na Cidade, o Dia da Mulher é uma data muito mais de reflexão do que exatamente de comemoração. “Ao longo dos anos, muitas mulheres alcançaram independência, se destacaram em suas profissões e na vida pessoal, mas muitas outras ainda lutam muito por isso e sofrem com preconceitos, dificuldades sociais e questões pessoais”.
Ela conta que ainda vê muitas injustiças, principalmente em algumas ocorrências das quais já participou ao longo da carreira ou que chegam ao seu conhecimento no comando da corporação. “Por outro lado, me orgulho de ver tantas mulheres conseguindo virar a página, seguir em frente e escrever suas histórias”. Delgado chefia uma tropa de cerca de 380 integrantes, sendo 55 mulheres.
A capitão Karoline Burunsizian Magalhães está à frente de um batalhão com 100 integrantes, sendo cinco mulheres, no Subgrupamento de Praia Grande dos Bombeiros Marítimos (GBMar) e destaca que nunca se viu de forma diferente em relação aos comandantes homens. “Sempre me preocupei em fazer o meu trabalho da melhor forma. Quando você pensa assim e se comporta como um oficial, fica mais fácil”.
Karoline afirma que recebe mensagens de mulheres que dizem se inspirar nela profissionalmente e que isso a deixa muito orgulhosa. “Se posso deixar um conselho às mulheres é para que não deixem nunca que um homem diga que elas não podem fazer algo por serem mulheres. Isso não é verdade. É difícil conciliar casa, família e trabalho? Sim. Mas coloquem seu objetivo em primeiro lugar e o sigam até o fim”.
Ao contrário do que muitos pensam, e do que deveria ser uma regra, as Delegacias de Defesa das Mulheres (DDM) nem sempre são chefiadas por mulheres. Em Praia Grande, o cargo é ocupado há três anos por Lyvia Bonella. Para ela, ainda há muitos avanços a serem conquistados quando se fala em direito das mulheres. “Hoje temos a Lei Maria da Penha entre outros avanços, mas o acesso à informação ainda é uma dificuldade para muitas mulheres, infelizmente. Seja uma mulher que acolhe, que empodera, que enxerga outras mulheres, que estende a mão. Acredito que a união entre nós é capaz de mudar definitivamente esse panorama”.
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