Praia Grande oferece sessões de hidroterapia para a reabilitação de pacientes

Serviço é uma parceria entre a Secretaria de Saúde (Sesap) e de Esportes (Seel)

23/8/2021

“Se parar, enferruja”. É assim que José Alves da Silva, 74 anos, encara a vida minutos antes de começar a primeira sessão de hidroterapia em uma das piscinas públicas de Praia Grande. Morador do Município há 36 anos, José sofre de dores na coluna lombar e procurou o serviço de saúde da Cidade para tratar o problema e curtir a aposentadoria com maior qualidade de vida. E encontrou no Centro Especializado em Reabilitação (CER), no Bairro Mirim, o caminho para melhorar sua condição.

As dores na coluna começaram a incomodar há mais de 10 anos, mas foram amenizadas na época após sessões particulares de hidroterapia. Sempre ativo, José passou a frequentar a Academia da Saúde Santa Marina, onde começou a fazer exercícios e caminhadas. Mas veio a pandemia e mudou completamente o ritmo de vida das pessoas.

Com José não foi diferente. Com mais tempo em casa, as dores na coluna voltaram a incomodar. E a solução veio a partir da Unidade de Saúde da Família (Usafa) Vila Alice, no Bairro Anhanguera, onde reside. Lá ele foi atendido pela equipe de saúde e encaminhado para uma consulta com um ortopedista no CER. E o especialista viu a necessidade de direcioná-lo à fisioterapia.

Durante a triagem com a equipe de fisioterapeutas do CER foi indicada a hidroterapia na piscina situada dentro da Secretaria de Esporte e Lazer (Seel), no Bairro Tupiry, numa parceria da pasta com a Secretaria de Saúde Pública (Sesap). Tal oportunidade foi uma grande alegria para José. “Isso é muito valioso para a gente da terceira idade. Ter uma estrutura dessa aqui é bom porque incentiva a gente a vir nas aulas e a seguir com os exercícios. Espero que a piscina me ajude a ficar melhor, porque na outra vez que eu fiz aula assim eu me senti muito bem”, conta.

As sessões de hidroterapia são a mais recente ferramenta de apoio da equipe de fisioterapia do CER para trabalhar com a reabilitação dos pacientes. Por conta da pandemia, as aulas acontecem com no máximo oito alunos, todos com máscaras e distanciamento de pelo menos um metro, mantendo todos os cuidados e protocolos sanitários. “Na piscina a gente trabalha todo o corpo, joelho, quadril, lombar. E a partir do alongamento, do fortalecimento muscular, proporciona o alívio da dor do paciente e uma maior estabilidade na articulação”, explica a fisioterapeuta Kamila Oliveira Nogueira.

Após 10 sessões de hidroterapia, o paciente é avaliado e encaminhado para outros equipamentos, como a Academia da Saúde, o Conviver, entre outros, ou até mesmo para fazer exercícios mais simples em casa. E o resultado tem sido tão positivo que fará parte do conjunto de ações que estão sendo implantadas visando a reabilitação também de pacientes com sequelas da covid-19. “A gente tira proveito das propriedades físicas que a piscina oferece, pois, a água ajuda na diminuição da sobrecarga articular, reduzindo o impacto. E nos casos dos pacientes que tiveram covid-19 a maior sequela é a questão cardiorrespiratória, então a água nos auxilia a trabalhar toda parte cardiopulmonar”, detalha a fisioterapeuta Gisleide Isidoro dos Santos.

Reabilitação pós-covid – Para atender a demanda de pacientes com sequelas físicas ou mentais provocadas pela pandemia, a Prefeitura de Praia Grande ampliou a oferta de atendimento da rede de saúde pública. As 30 Usafas espalhadas pelo Município são a porta de entrada. O paciente é atendido pela equipe e, caso as sequelas sejam leves, ele é direcionado para uma das Academias da Saúde, que contam com diversas atividades supervisionadas por educadores físicos e voltadas para todos os públicos, não apenas os idosos.

Caso haja a necessidade de um cuidado mais especializado, o paciente é encaminhado para o CER, que oferece sessões de fisioterapia. Além disso, dependendo da necessidade, a pessoa poderá ser direcionada para a hidroterapia. “Para os casos moderados e moderados a graves, que são pacientes que se cansam mesmo com mínimos esforços, o atendimento é realizado pelo CER em sessões em grupo, em que é trabalhada a parte respiratória, com exercícios combinados. Casos mais graves, em que a pessoa é acamada ou faz uso de oxigênio, o paciente é direcionado ao Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD)”, comenta a fisioterapeuta Gislaine Pernarbel Rodio.

Os munícipes que apresentem transtornos psicológicos diversos, como ansiedade, depressão, entre outros, poderão ser encaminhados pelas Usafas para os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que contam com médico, psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, equipe de enfermagem. São quatro na cidade: dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps II) Boqueirão e Mirim, um Caps Álcool e Drogas (Caps AD) 24 horas e outro Infantil (Caps i).