Equipe do Siptea de Praia Grande é referência para o Estado de São Paulo

Integrantes da Saúde de Piracicaba visitaram a Cidade para conhecer serviço

17/9/2021

Com uma equipe especializada no Serviço de Intervenção Precoce no Transtorno do Espectro Autista (Siptea), e pioneiro no país, Praia Grande tem sido procurada como referência no Estado de São Paulo, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Interessada em implantar o serviço em Piracicaba, uma comitiva de saúde pública desse município esteve no Centro Especializado em Reabilitação (CER) nesta quinta-feira (16) para conhecer o trabalho desenvolvido pela rede de Atenção Especializada da Cidade.

A qualificação dos profissionais praia-grandenses motivou esse encontro. Isso porque, a equipe do Siptea de Praia Grande ministrou recentemente, em parceria com o Governo do Estado, um curso online para técnicos da rede de saúde pública paulista. “Foi com esse curso dado pela equipe de Praia Grande que nos encantamos pelo projeto e por sua aplicação, que é tão complexa, dentro do SUS. E foi ótimo conversar com os profissionais daqui e ver como funciona, fomos muito bem acolhidas”, afirma a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Piracicaba, Vandrea Novello.

Antes da reunião, a diretora do Departamento de Atenção Especializada da Sesap, Alessandra da Mota Rodrigues, e a fisioterapeuta do CER, Gislaine Penarbel Rodio, apresentaram as dependências do local e explicaram como funciona o centro de reabilitação à equipe de Piracicaba.

Em seguida, a assistente social do Siptea e uma das palestrantes do curso, Amanda Prado Morato, explicou para a equipe de saúde piracicabana todo o desenvolvimento do Siptea em Praia Grande, bem como o fluxo de atendimento, que tem envolvimento importante dos familiares para a evolução da criança. “Esse tipo de encontro é uma via de mão dupla, pois ao mesmo tempo em que compartilhamos conhecimentos, nós também aprendemos bastante com as experiências de outros lugares”, destaca.

Segundo a coordenadora do Departamento da Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Piracicaba, Tatiana Bonini, o aprendizado recebido durante a visita será de grande valia para a implantação desse serviço na cidade. “É muito importante essa troca de conhecimentos, pois nos ajuda a desenvolver e levar esse serviço para o nosso município e atendermos essa demanda junto à nossa população”, declara.

O secretário de Saúde Pública (Sesap) de Praia Grande, Cleber Suckow Nogueira, celebrou o encontro e destacou os esforços da Prefeitura visando aumentar o acesso aos serviços de saúde num cenário de estabilização da pandemia. “Com a retomada responsável da rotina de atendimentos da nossa rede, estamos estudando de forma efetiva a ampliação do Siptea, buscando recursos junto ao governo federal e outros entes que possam nos auxiliar a melhorar e a maximizar esse serviço”, comenta.

Também estiveram presentes na visita o secretário-adjunto da Sesap, José Isaias Costa Lima, a terapeuta ocupacional Lucimara Patrícia Patti, além dos demais membros da comitiva de Piracicaba: Cristiane Aparecida Florentino Alves Lima, psicóloga e coordenadora do Caps Infantojuvenil (Capsij), Rafaela Mossarelli Penedo, da coordenação da Atenção Secundária de Saúde, Catia Ortiz, apoiadora da coordenação da saúde bucal da Atenção Básica, Vania Sarruge terapeuta Ocupacional do Capsij e Paula Mingotte, administrativo da Rede de Atenção Psicossocial.

Curso – O curso Qualificação em Transtorno do Espectro Autista foi realizado entre os dias 21 de junho e 23 de agosto e pode ser visualizado através do link: https://autoestima.sp.gov.br/Noticias/News?post=37. Ministraram a capacitação as seguintes integrantes do Siptea de Praia Grande: a assistente social Amanda Prado Morato, a terapeuta ocupacional Lucimara Patrícia Patti e a fonoaudióloga e analista de comportamento Andrea Prado.

Siptea – Iniciado em 2018, o Siptea é um serviço pioneiro em todo o país que atende crianças (de 0 a 4 anos) que apresentam sinais, mesmo que pequenos, de autismo, iniciando uma intervenção precoce (sem a necessidade de total diagnóstico) pois é nessa fase da vida que a criança atinge pleno desenvolvimento cerebral. "O objetivo é fortalecer os comportamentos que estão acontecendo com baixa frequência, como por exemplo, a fala, a comunicação e, enfraquecer aqueles comportamentos em excesso", esclarece a fonoaudióloga Andrea Prado.

Um dos grandes diferenciais do serviço é a inclusão da família nos tratamentos. “A família é orientada e empoderada para que possa realizar parte do tratamento em casa, no dia a dia com a criança. Quanto mais cedo se inicia a terapia, maior o desenvolvimento e resposta da criança”, comenta Amanda Prado Morato.

As atividades realizadas em casa também são monitoradas pela equipe multidisciplinar (fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente social) através do preenchimento da Planilha de Habilidades pelos responsáveis. De acordo com a psicóloga Aline Pires, os resultados são animadores. “Incentivamos o preenchimento correto da planilha, pois através dessas informações à equipe analisa o desenvolvimento da criança e também conseguimos dar um retorno às famílias e elas conseguem ver claramente o desenvolvimento e progresso da criança".

Além da terapia realizada no CER, as famílias participam mensalmente de workshops. A terapeuta ocupacional Lucimara Patrícia Patti explica que os encontros têm temas variados relacionados ao autismo. “São aproximadamente 80 crianças atendidas pelo projeto e mais de 200 pessoas contando com os familiares. Então decidimos fazer palestras e workshops e abordar diversos assuntos para levar ainda mais conhecimento a eles. Quanto mais informação a família tiver, melhor será o desenvolvimento dos pacientes”.

O projeto é realizado no CER que fica na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, 8813, Mirim.