Doença silenciosa, osteoporose tem tratamento em Praia Grande

Saúde dedica semana para conscientizar população sobre cuidados que devem ser tomados

Por Aline Gomes | 7/6/2022

Colaboração Rodrigo Herrero

A osteoporose é uma doença silenciosa, natural do envelhecimento, mas que deve receber atenção, pois o enfraquecimento dos ossos pode causar fraturas em caso de queda. Por isso, Praia Grande destinou a primeira semana de junho como a Semana de Esclarecimento e Diagnóstico Precoce da Osteoporose, para poder conscientizar os pacientes sobre os perigos da doença e os cuidados que devem ser adotados. Além disso, o Município possui uma rede de atendimento com equipamentos e profissionais para atender e dar mais qualidade de vida a população que sofre desse problema.

Embora seja uma doença que pode afetar também os homens a partir de 70 anos, as mulheres, especialmente com mais de 65 anos, são as que mais sofrem. “A osteoporose é uma doença que causa uma alteração no metabolismo do cálcio. Geralmente ocorre em mulheres pós-menopausa. Enquanto a mulher menstrua, ela tem muitos hormônios estrogênicos, que garantem a boa fixação do cálcio na arquitetura óssea. Uma vez a mulher na menopausa há uma redução substancial desses hormônios. E isso provoca uma perda de cálcio, podendo levar à osteoporose, que é uma perda acentuada de massa óssea, vulnerabilizando essa pessoa ao risco de fraturas, principalmente na região do colo do fêmur e na coluna vertebral”, explica o médico reumatologista Eduardo Yabuta.

Para diminuir os efeitos da osteoporose com o avançar dos anos, algumas medidas podem ser adotadas no dia a dia. Por exemplo, consumir mais alimentos ricos em cálcio, como leite e seus derivados e verduras escuras, como rúcula, agrião e acelga. Há situações em que o médico indica a reposição de cálcio e de vitamina D, além da ingestão de hormônios. A exposição a raios solares em horários adequados também traz benefícios. Mas tudo deve ser acompanhado por uma equipe profissional, que fará o acompanhamento necessário, podendo, inclusive, solicitar exames laboratoriais ou mesmo densitometria óssea, para identificar a osteoporose no paciente.

Atividade física – Outro caminho para melhorar a qualidade de vida e fortalecer o corpo contra a osteoporose é a prática de determinados exercícios. O educador físico Rômulo Ribeiro Sant’ana, da Academia da Saúde Antártica, ressalta que a indicação de exercícios deve levar em consideração os riscos e benefícios, ou seja, priorizando o cuidado para evitar quedas. “Exercícios como marcha estacionária (andar sem sair do lugar) e subir e descer degraus apresentam resultados satisfatórios para o fortalecimento da musculatura e dos ossos. Dentre os cuidados, é recomendado evitar movimentos de grande amplitude articular e que promovam rotações do tronco, como, por exemplo, com elevações de peso”.

O educador físico Fernando Pereira Carneiro, da Academia da Saúde Rio Branco, destaca os benefícios da musculação para quem tem osteoporose. “As pesquisas nos permitem confirmar os benefícios que os exercícios, inclusive a musculação, proporcionam aos idosos, principalmente aos já portadores de osteoporose. Sua prática regular possibilita resultados consideráveis, tanto no processo de prevenção da doença, quanto no tratamento, onde podemos identificar o controle na perda de massa óssea e seu possível aumento”.

Em casa – Outra dica importante é tomar alguns cuidados em casa para evitar quedas e, consequentemente, fraturas. “É preciso atenção ao mobiliário em casa, por exemplo, evitar o uso de tapetes que escorregam. Também é necessário utilizar calçado adequado, que não seja escorregadio, para que a pessoa, que já tem um osso mais frágil pela osteoporose, não caia e venha a ter uma fratura”, explica a fisioterapeuta do Núcleo Ampliado de Saúde da Família na Atenção Básica (Nasf-AB), Tatiane Vieira do Carmo Melo.

Semana – Nesta semana, as 30 Unidades de Saúde da Família (Usafas) têm intensificado as ações de conscientização sobre a osteoporose, a importância de seu diagnóstico precoce, bem como a forma correta de tratamento e convivência, por meio de palestras em salas de espera e durante trabalhos de grupo nas unidades e nas academias.

Nesta segunda-feira (06), por exemplo, o tema foi abordado durante um trabalho de grupo de fisioterapia na Usafa Ribeirópolis, com a distribuição de panfletos, orientações e o encaminhamento de casos específicos para a equipe de saúde da família. Na sexta-feira (10) está programada uma palestra sobre o tema na Usafa Aloha com os pacientes da unidade e os usuários da Academia da Saúde.

Atendimento – Caso necessite de atendimento, os munícipes podem procurar a equipe de saúde da família da Usafa mais próxima de sua residência. Os profissionais irão avaliar o caso e poderão solicitar exames para investigar o problema e indicar o tratamento mais adequado. A equipe do Nasf-AB conta com ginecologistas, fisioterapeutas e nutricionistas que também podem complementar o atendimento, dependendo do caso.

O Município conta ainda com as Academias da Saúde, que oferecem inúmeras atividades físicas e de lazer para todas as idades. São opções que podem contribuir para o bem-estar de quem tem osteoporose e também para quem busca se manter ativo para prevenir e reduzir os efeitos da doença no futuro.

Dependendo de avaliação médica, o paciente poderá ser encaminhado para a rede de especialidades da Cidade, por meio do Centro de Especialidades Médicas, Ambulatorial e Social (Cemas), no Bairro Aviação, e da rede credenciada do Município, que reúne reumatologistas, ortopedistas, endocrinologistas e geriatras que poderão dar prosseguimento no tratamento médico. Caso o paciente necessite de um acompanhamento especializado em fisioterapia, ele é direcionado para o Centro Especializado em Reabilitação (CER), no Bairro Mirim.