Funcionário da Sesap lança livro de poemas

“Poesias de um Mundo Louco” retrata o cotidiano da periferia

Por Lorena Flosi | 9/2/2011

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O funcionário da secretaria de Saúde Pública (Sesap) Elton Alexandre dos Santos deve comemorar seu aniversário, no próximo dia 12, sábado, em grande estilo. A partir das 16 horas, Elton participa da sessão de autógrafos na Livraria Nobel (Avenida Presidente Costa e Silva, nº 532, bairro Boqueirão), quando lança o livro “Poesias de um Mundo Louco”. A publicação traz mais de 40 poemas que descrevem o cotidiano das periferias, divididos em 54 páginas. O livro é o primeiro de Elton, conhecido como Nego Panda, ou NP na cena hip hop do Município, e segundo ele, também é o primeiro feito totalmente em Praia Grande.

“Lancei uma edição artesanal há alguns anos, mas é a primeira vez que lanço através de uma editora, com algumas poucas modificações. O legal é que este é o primeiro livro totalmente feito na Cidade. Foi escrito, diagramado e teve a capa idealizada por moradores de Praia Grande. A editora, Literata, também é daqui“, pontua o escritor, que atua como Agente da Dengue no Município.

Morador do Bairro Vila Sônia, Elton traz para Poesias de Um Mundo Louco” cenas comuns em bairros da periferia, seja em Praia Grande ou qualquer outra Cidade. Embora reflita sua vivência, o escritor afirma que não se trata de uma obra autobiográfica. “É um livro sobre o cotidiano das periferias, com suas alegrias e dores: descaso social, drogas, criminalidade. Tudo retratado sob a ótica da poesia. São poemas que se enquadram na literatura marginal ou de periferia, com estilo mais solto”.

De seus primeiros contatos com as letras, através dos poemas que a mãe Alzira escrevia, Elton optou pela arte da palavra para expressar suas opiniões e vivências. Suas primeiras experiências foram os roteiros de histórias em quadrinhos, que roteirizava e produzia com um grupo de amigos, ainda aos doze anos. Logo, encontrou na cultura hip hop o espaço que necessitava para expressar sua arte e opiniões: ingressou na dança e não demorou muito para passar a freqüentar rodas de rap, onde se tornou compositor. Desde então, foram dois grupos musicais em um dos quais, o Ruídos Negros, permanece até hoje. Paralelamente, Elton desenvolve a faceta lúdica de seu trabalho no grupo Os Pícaros, onde poesia, ritmos diversos e performances teatrais se unem em um imenso sarau de idéias.

Hoje, prestes a completar 36 anos, Elton entende que seu ingresso no universo da arte foi determinante para uma trajetória longe dos perigos das drogas e da criminalidade. “Tenho dois filhos, e procuro incutir os mesmos valores. Tento filtrar as atividades a que eles tem acesso. Eu busco soluções que creio serem as melhores não só para os meus filhos, mas para a maioria dos jovens que estão aí: busco ocupar a mente deles com coisas positivas, como música de qualidade, boas mensagens, cultura, educação. Acho que a solução para a violência e os problemas das periferias está em olharmos com mais atenção para as crianças e jovens que moram ali, protegê-los e orientá-los“.